Tecnologia

Como escolher o tablet ideal para você

Todas as dicas para encontrar o modelo mais adequado às suas necessidades.

Tela com resolução HD, tamanho e peso reduzidos, bateria de longa duração, 3G e Wi-Fi ou só Wi-Fi? Em viagens, ele será seu companheiro inseparável ou há espaço para um notebook? Jogos, vídeos e fotos serão prioridade?

A compra de um tablet deve sempre levar em conta critérios muitos subjetivos e encontrar a resposta exata para cada umas dessas perguntas pode ser o primeiro passo para fazer a escolha certa.


TELAS
Se você preza por portabilidade, pretende carregar seu equipamento em uma bolsa de mão ou se incomoda com telas grandes (mesmo que finas), um modelo de sete polegadas é o ideal. Maior do que um smartphone, que em geral tem display na casa das 4 polegadas, esses equipamentos apresentam tamanho adequado para leitura e resolução suficiente, em geral de 1024 x 600 pixels, para uma boa reprodução de cores e contornos de letras e objetos – fundamental para leitura confortável.

Samsung, Positivo e AOC são algumas das empresas que oferecem tablets com tela de sete polegadas.

Modelos maiores, a partir de 10 polegadas, são mais indicados para quem não abre mão de boa qualidade de imagem, já que costumam ter resolução HD ou superior (caso do iPad 3), com bom conforto visual para ver filmes e fotos. Cada fabricante adota uma tecnologia própria no display LCD, mas sempre com duas finalidades: garantir a reprodução de cores mais vivas, com bom nível de contraste.

Tela Retina – O novo iPad (ou iPad 3) tem entre seus principais diferenciais um display que consegue atingir um alto nível de definição, uma vez que traz um menor espaçamento entre os pixels por polegada (ppi). São 264 ppi, o que permite ao dispositivo atingir a incrível resolução de 2.048×1.536 pixels (padrão QXGA), em apenas 9.7 polegadas. São quatros vezes mais pixels que o iPad2, o que segundo a Apple garante 44% mais saturação nas cores, deixando as imagens mais vivas e com definição jamais vista nesse tipo de dispositivo.

TruBlack –  A Sony migra a tecnologia dos TVs para o seu tablet, melhorando o contraste e diminuindo as reflexões de luz. O TruBlack modifica a estrutura e os materiais utilizados nos painéis LCD, onde um intervalo de ar é criado entre o módulo LCD e a tela, para protegê-lo de danos causados por impactos.

Segundo a empresa, essa característica reduz o brilho e o contraste, devido à dispersão luminosa que ocorre na “caixa de ar”. Para eliminar, a tecnologia TruBlack preenche esse vazio com uma resina óptica (Optical Elasticity Resin), capaz de controlar a refração da luz. A tela ainda recebe uma película antirreflexo, para manter uma maior homogeneidade dos tons escuro, melhorando o contraste.

IPS Display – A Motorola e a Asus utilizam a tradicional tecnologia IPS, presente em televisores da LG, Philips, Panasonic, entre outros, para melhorar o desempenho dos tablets. Entre os principais benefícios do painel IPS, estão o menor tempo de resposta, menor reflexão da luz, maior ângulo de visão e maior estabilidade do painel quando tocado.

Isso ocorre porque os cristais líquidos são alinhados de forma horizontal, diferente dos painéis convencionais de tecnologia VA (Vertical Alignment), garantindo ângulo de visão de até 178º, ou 18º a mais do que um painel convencional. Outra característica está em sua estrutura, baseada em fios de cobre, que transmitem grandes quantidades de dados em alta velocidade, com o mínimo de perda de informação, aumentando o tempo de resposta, ponto fraco da tecnologia LCD. Quanto menor o tempo de resposta, menores são as chances de ver rastros (efeito fantasma), principalmente em cenas de muito movimento. A Motorola ainda usa a película Gorilla Glass para revestir a tela, protegendo-a de choques e riscos acidentais.

 

PROCESSADOR
O processador é o cérebro do sistema e fundamental para que todos os processos ocorram de forma equilibrada, eficiente e rápida. Os primeiros tablets traziam processador de núcleo simples, com 1GHz de velocidade. Para navegar na web, ler livros e instalar alguns jogos, era suficiente. Pouco mais de um ano, essa configuração já pode ser considerada ultrapassada, estando presente apenas nos modelos de entrada.

 

Os modelos voltados para tarefas multimídia são do tipo dual-core ou quad-core, ou seja, contam com processadores de dois ou mais núcleos, com velocidade a partir de 1GHz cada, o que os deixam mais “ligeiros” na execução de tarefas.

O funcionamento dos núcleos múltiplos depende também dos programas. Os aplicativos funcionam através de threads (tópicos), que são enviados ao processador com as instruções que devem ser executadas. Cada processador pode executar uma única tarefa por vez, portanto dois processadores podem executar dois threads, ou o dobro de instruções no mesmo intervalo de tempo, em relação aos processadores simples.

Mas não é só isso: é necessário que o aplicativo envie vários threads simultaneamente (multi-threading), ou a disputa dos dois processadores fará com que um atrapalhe o outro, causando lentidão. Normalmente, trabalhos com que envolvem codificação e decodificação de vídeos, renderização 3D, edição de vídeos e fotos utilizam os núcleos duplos ou quádruplos de forma simultânea, garantindo rapidez.

É preciso ficar atento também à memória RAM (utilizada pelo processador) para rodar os aplicativos e o sistema operacional. Com 512MB o trabalho flui com leveza e de forma eficiente, embora tenha modelos de tablets com 1GB de RAM. Produtos mais antigos contam com 256MB, o que colabora para o sistema rodar de forma lenta, precisando ser reiniciado em vários momentos.

 ARMAZENAMENTO
A capacidade interna é proporcional ao valor desses produtos. Em geral, quanto maior for a capacidade SSD (abreviatura de solid-state drive ou unidade de estado sólido) maior será o seu preço. Por isso, antes de optar por um modelo de 64 GB, pondere qual a utilização que você fará do produto.

Para livros, internet, algumas fotos e músicas, um modelo com 16GB de armazenamento é suficiente. Há também produtos que apresentam 32GB de espaço, que podem armazenar milhares de músicas e fotos, e ainda reservar espaço para filmes em HD (em geral um arquivo com imagens em 720p tem 2 GB de tamanho), um grande aliado para longas viagens.

Uma alternativa boa está nos aparelhos que trazem entrada de cartão de memória MicroSD, com eles dá para expandir a capacidade em até 64GB. Mas é preciso estar atento. Os produtos da Apple não trazem entradas pra cartão e por isso não aceitam esse tipo de solução. Outras empresas, como a Sony, aceitam expansão de memória por MicroSD, mas não permitem a transferência do conteúdo para a memória interna e vice-versa.

SISTEMA OPERACIONAL
Os mais famosos são o Android (plataforma aberta e utilizada por diversos fabricantes) e iOS, criado pela Apple. Veja as principais características deles:

Android: o sistema do Google baseado em plataforma aberta, facilita a adoção e o compartilhamento de conteúdos, mesmo de diferentes produtos/marcas. Além disso, a transmissão de dados (fotos/vídeo/músicas) é feita de forma direta, quando você conecta um dispositivo ao computador ele age como um pendrive: é só arrastar e soltar os arquivos.

O sistema é intuitivo e pode ser personalizado pelos fabricantes, o que deixa um tablet diferente do outro. Estima-se que existam 500 mil aplicativos disponíveis no Google Play, tanto para tablets como smartphones. Muitos são adaptados do celular, o que nem sempre resulta num resultado final agradável.

iOS – o sistema da Apple é intuitivo, de visual simples e eficiente. No entanto, a transferência de arquivos (via cabo) exige o uso do software iTunes, o que desagrada alguns usuários. São mais de 100 mil aplicativos específicos para tablet na App Store, sendo que no total a loja tem cerca de 600 mil aplicativos para dispositivos móveis.

CÂMERA
Aqui está um ponto a ser melhorado em todos os produtos, embora haja uma nítida evolução. Não importa se são 5 ou 8 megapixels, em geral as fotos feitas com a câmera principal só apresentam resultados satisfatórios em ambientes bem iluminados. Culpa do pequeno sensor de imagem posicionado logo atrás da lente, que exige a entrada de muita luz para a captura das imagens.

Quando isso não ocorre, os ruídos e artefatos são inevitáveis, o que deixa as imagens com uma qualidade muito aquém do desejado, principalmente quando ampliadas para telas maiores. Alguns ainda trazem um flash de LED para dar melhorar a luz do ambiente, no entanto a luz é muito forte e costuma causar o chamado “efeito fantasma“. A verdade é que, até agora, as fotos não se igualam às produzidas por um smartphone ou câmera digital. A mesma característica se repete pra os vídeos em HD (720p ou 1080i), cores vivas e boa nitidez só em ambientes externos.

A câmera secundária (frontal) deve ser utilizada apenas para a realização de videochamadas, já que a resolução (1 megapixel, média) e o sensor são ainda menores. A explicação é que, para chamada de vídeos, obrigatoriamente estaremos em locais com boa iluminação, dispensando o uso de componentes melhores, o que aumentaria o custo destes dispositivos.

 

Wi-Fi E 3G
Os tablets vendidos em lojas de telefonia, na grande maioria, oferecem suporte a conexão 3G e Wi-Fi. Em grandes magazines, concentram-se os modelos com conexão Wi-Fi. Não é uma regra, mas as empresas de telefonia aproveitam o suporte ao 3G para incluir um pacote de plano de dados na compra. Os que dão suporte as duas conexões são mais caros, por isso é fundamental ter bem claro o tipo de uso que faremos.

Os usuários que não tem por costume utilizar a internet móvel em outro dispositivo além do smartphone, não precisam de um tablet com 3G. Até porque, no Brasil, utilizá-lo para ver e-mails, redes sociais e notícias nas ruas não é algo muito recomendado. Por isso, pagar por um plano 3G para ficar em locais fechados (casa e trabalho) é algo totalmente dispensável. Nesses ambientes, podemos utilizar um roteador para essas funções e economizar no final do mês.

Outra opção é utilizar o smartphone como um roteador, função conhecida como tethering, e compartilhar a conexão 3G com o tablet. Basta ativar a opção no menu (pode ser Android ou iOS), criar uma senha pessoal e buscar no tablet a rede sem fio (normalmente o nome do celular) a que se quer conectar.

Aí, basta digitar a senha e compartilhar a internet entre esses dispositivos. Mas cuidado, isso irá consumir mais dados e algumas operadoras podem cobrar excedente da franquia contratada, a não ser que o plano seja do tipo ilimitado.

ACESSÓRIOS
Os mais avançados (com exceção da Apple) trazem um conector mini HDMI para conexão com displays e projetores. A Motorola, inova ao incluir um woofer no modelo Xoom 2 Media Edition, que ainda conta com o chamado surround adaptativo (mais detalhes no teste da edição 191).

A Asus aposta na força do processador desses produtos e na popularização de serviços como Google Docs, que permite abrir, editar e salvar arquivos de texto, planilhas e apresentações na nuvem, para lançar modelos que contam com teclados para facilitar a digitação. Esses teclados funcionam como docks, que ainda recarregam a bateria do dispositivo e ampliam o número de portas USB, para a conexão de pen drives, mouses e HDs externos.

Outros fabricantes, como a Sony, incluem um emissor infravermelho para utilizar o dispositivo como controle remoto universal (veja mais no teste da edição 197). Samsung, Lenovo, AOC e Semp Toshiba oferecem como opcionais teclados, cases e capas protetoras para seus produtos.